sexta-feira, 26 de junho de 2009
Michael Jackson 1958-2009
Conheci Michael Jackson a partir de uma cassete do Off The Wall mas numa altura em que o Thriller passava na televisão que já era a cores. Teria uns 5 anos. Quando ele se transformava em zombie refugiava-me no colo do adulto mais próximo ou ocupava a cara com as mãos todas e os dedos abertos para deixar espaço a um olho mais corajoso.
Aos 10 anos tive o vinil de "Bad" que rodou no gira-discos até gastar a agulha. Era isso e a banda sonora do Twin Peaks.
Estive em Alvalade, a 26 de Setembro de 1992, na tour do álbum Dangerous, o último que ouvi com atenção. Todo aquele espectáculo teve em mim efeitos ambíguos. A música seria aquilo?
Com a adolescência e uma crescente necessidade de sons mais agressivos que expressassem a minha própria revolta, deixei de parte todo o pop e, salvo raras excepções, nunca mais lhe peguei.
Hoje o senhor da Pop foi-se e - fora polémicas e mistérios e efeitos do star system, que pouco ou nada interessam ou o facto de ter ficado ainda mais desfigurado do que o zombie que em tempos me assustara - ficam na memória as danças desenfreadas até doer os pés frente às colunas, o orgulho que sentia quando conseguia imitar as complexas coreografias e um som que não mais existirá em tempo algum para além da repetição eterna do já gravado.
Adeus Michael e até sempre.
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